BOLSONARO AFUNDA. ENTÃO, A CIÊNCIA VOLTA A SER UMA NARRATIVA A MAIS [2 de julho de 2023]

APÓS BOLSONARO, PODEMOS VOLTAR A CRITICAR A CIÊNCIA POSITIVISTA? OU AINDA NÃO? PASTERNACK QUER LACRAR, MAS NÃO CONSEGUE. A divulgadora de ciência diz que há pessoas que não são negacionistas, mas que não podem ver campos como homeopatia e psicanálise criticados, pois aí se mexe em algo que elas tem “ligação emocional“. Ora, isso é lacração. Ou seja, TODOS nós temos ligação emocional com algo. Por exemplo, Pasternak é apaixonada pelo que ela mesmo fala, o tempo todo. Então, se dissermos que ela fala de homeopatia sem conhecer e fala de psicanálise conhecendo menos ainda, ela pode ficar nervosinha e ter até chiliques! Pois a objeção delas a essas áreas é algo que tem “ligação emocional“ com ela. (). Por exemplo, ela não gosta de psicanálise porque ouviu no boteco algumas coisas de Freud, e ouviu que ele é machista, então, ela não gosta. Freud era médico, não mero divulgador de ciência ou um simples curioso. Ele não tinha a pretensão de fazer ciência psicanalítica no sentido experimental que, aliás, ele conhecia muito bem, exatamente por ser médico. A concorrente dele não era a ciência, mas a filosofia. Ele deixou isso escrito. A filosofia não poderia admitir que algo fosse consciente e inconsciente ao mesmo tempo. Então, Freud desafiou as leis da lógica, tão caras à filosofia, com sua doutrina do inconsciente. Todavia, se olharmos para Platão, na sua teoria da alma, veremos teses que se parecem com as teorias do recalque da psicanálise. Isso sem contar a literatura do século XIX, com Schopenhauer e Nietzsche. Freud fez uma teoria com linguagem filosófica, científica e literária, mas que não se encaixava na ciência e na filosofia do seu tempo. Fez algo que a filosofia social atual segue, às vezes contra ele! Ele se transformou em um dos bons retratistas da figura humana moderna. Ensinou uma visão de nós sobre nós mesmos que é uma narrativa poderosa do autoconhecimento da humanidade. Dizer “Freud não faz ciência“, para desqualificá-lo, ou dizer, “Psicanálise não é ciência“, é nunca ter estudado uma linha sequer de Freud. Pasternak é daquelas pessoas que ainda não entenderam que a ciência é uma narrativa a mais na cultura. É uma narrativa que autoriza legalmente médicos a utilizar um carimbo que permite às pessoas comprar remédios em farmácia. Só médicos! Biólogos e divulgadores da ciência, não! Essa prerrogativa dos médicos não faz nenhum médico querer fazer de sua narrativa uma competidora de narrativas vindas de outro campo cultural-ontológico. Nenhum médico inteligente vai querer proibir uma tribo do Xingu a usar ervas. Elas não curam no sentido ocidental do termo “curar“. Pasternak e outros têm enorme dificuldade de entender isso. Acham que o século XXI é uma maravilha, pois há pessoas vacinadas. Não percebem que outros lugares e outros tempos NÃO precisaram de vacinas. Não havia os males criados pelo nosso tempo e nossa cultura. Platão não foi visitar Sócrates na prisão, em seu último dia. Estava doente. Eis o que os livros ensinam. Se contarem a Pasternak isso, ela vai querer saber o que ele tinha, talvez conclua que era uma gripe forte! Ela é daquelas que jura que todo mal antigo existe como hoje existe o mal, faltava apenas a ciência nossa para descobri-lo, nomeá-lo e... curá-lo! VEJAM O VIDEO DA MARIANGELA AQUI
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