As Índias Ocidentais são as Antilhas, primeiro as espanholas, depois as inglesas, francesas e holandesas, antes que Cuba e Haiti, entre outros, ganhassem sua independência. O filme é um musical político que conta a história do povo das Antilhas desde o século XVII até os dias de hoje: a ação acontece em um navio negreiro e é contada através de canções e balés, evocando tanto o passado, quanto o presente, esse outro “comércio“ que trouxe milhares de homens e mulheres que se tornaram imigrantes na Europa, a fim de escapar da miséria. Também é uma sátira contra a colonização francesa nas Antilhas e na África, um tema caro a Med Hondo.
Filmado nas fábricas de Citroën em desuso no Quai de Javel em Paris, um poderoso símbolo da exploração da mão-de-obra da classe trabalhadora durante várias gerações, o filme tem um dispositivo cênico óbvio - lembrando a teoria de Brecht, que é cara ao cineasta. O filme foi exibido na abertura do Festival de Veneza e no Festival de Montreal em 1979. O filme está em 152º lugar na lista do público especializado dos melhores filmes de todos os tempos da Revista Sight and Sound (2022).