FX-2 e Saab Gripen E/F - Audiência Pública (CRE e Defesa Nacional, Fev. 27, 2014)

FX-2 e Saab Gripen E/F - Audiência Pública (Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, Fev. 27, 2014) Senado Federal; o comandante da FAB, Tenente-Brigadeiro do Ar Juniti Saito, falou sobre o caça Gripen/programa FX-2. Também participou o presidente da Comissão Coordenadora do Programa Aeronave de Combate (COPAC), Brigadeiro do Ar José Augusto Crepaldi Affonso. Crepaldi resumiu os pontos fortes do Gripen: - Participação do país na certificação da aeronave durante o desenvolvimento; - Potencial industrial da empresa; - Menor risco contratual. 2 pontos foram considerados fundamentais: 1 é a transferência de tecnologia, que visa capacitar a indústria nacional com tecnologias para um caça de quinta geração. Outro ponto foi a cooperação industrial, que visa capacitar a indústria e a FAB a manter os itens estratégicos da aeronave. - Compartilhamento da propriedade intelectual; - Desenvolvimento e produção compartilhados; - 80% das partes estruturais serão fabricados em em São Bernardo do Campo-SP; compreende a fuselagem traseira, asas e portas do trem de pouso – para esses itens, o Brasil seria “sole source”, ou seja, o fornecedor único. - A linha de montagem final brasileira atenderia a todos os clientes possíveis no acordo de marketing com a Saab: países da América do Sul e área de influência do Brasil, incluindo África. Estão em discussão com a Suécia as intenções do país em adquirir aeronaves Super Tucano e KC-390. Há também um compromisso da Saab de que futuros projetos envolvendo aviões equipados com radar Erieye seriam oferecidos exclusivamente com aeronaves da Embraer, como plataforma. Foram iniciadas conversas com o Ministério da Defesa da Suécia e a Força Aérea Sueca, cujo comandante esteve no Brasil e ofereceu o empréstimo de Gripen C/D para cobrir a lacuna da Defesa Aérea; 8 a 12 aeronaves operariam na FAB entre 2016 e 2020. O senador Ferraço questionou se procede as alegações de que boa parte dos componentes do caça não são suecos e se isso poderia gerar embargos, sobretudo dos EUA quanto a motores, armamentos e códigos-fonte dessa origem, afetando o nível de independência que teríamos. Saito respondeu que, hoje, ninguém fabrica 100% de um caça. O principal item externo do Gripen é o motor, dos EUA, mas trata-se de um item mecânico. Quanto à aviônica, ela será produzida no Brasil e o código-fonte será transferido integralmente, para que se possa integrar armamentos próprios. O senador Ferraço insistiu no questionamento sobre 40% da aviônica do caça ser dos EUA, ao que Crepaldi retomou a questão como um todo: pode-se integrar armamentos de vários países no Gripen, e não só dos EUA. Principalmente armamentos nacionais. O principal objetivo é o desenvolvimento do software. Hoje, há aviônica de procedência dos EUA no Gripen mas o objetivo é que ela seja brasileira. Há garantias explícitas de que haverá transferência de tecnologia nessa área. Ainda sobre os motores Crepaldi reforçou que focou-se em garantir a sua manutenção no país. O senador Ferraço aproveitou para questionar se o Gripen é um projeto ou uma realidade, e se não é um caça adequado só para países pequenos. O tenente-brigadeiro do ar Juniti Saito reforçou que o caça atende aos requisitos de raio de ação estabelecidos pela FAB. A desativação dos caças F-5M e dos jatos de ataque A-1M Sobre a adaptação dos pilotos da FAB ao Gripen C/D a Força Aérea Sueca já ofereceu a possibilidade de 2 pilotos iniciarem esse treinamento, na Suécia, a partir de agosto deste ano. O senador Ferraço aproveitou para insistir na pergunta ainda não respondida, se o Gripen NG é um projeto ou uma realidade. Saito afirmou que, hoje, há um avião de prova conceitual do Gripen NG em voo, no qual houve mudança do trem de pouso da fuselagem para as asas. O protótipo do NG deverá voar em 2015; reforçou que a nova geração do Gripen é um derivativo do C/D e que o fato do NG precisar ser desenvolvido não é encarado como um problema, e sim como uma solução. Ferraço insistiu que os operadores do Gripen são países pequenos, ao que Saito também insistiu que o caça foi extensamente analisado e que atende às nossas necessidades, e não há dúvidas sobre isso. Saito disse que a Marinha do Brasil tem interesse em desenvolver versão naval e que os suecos podem colaborar com esse desenvolvimento, complementando que a MB está sendo convidada para discutir esse assunto. As vantagens em equipamentos de guerra eletrônica oferecidos pelo Gripen, por outro lado, compensam o fato de ser monomotor. A Saab ofereceu financiamento; o pagamento só seria iniciado 6 meses após o recebimento do último caça, em 2023. Quanto à previsão de geração de empregos, Saito estimou em empregos diretos e indiretos. Off sets oferecidos pela Saab, segundo Saito, representam 170% do valor do contrato. Excertos de @enlil
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