Ucrnia foi um Campo de Testes para as Grandes Farmacuticas Ocidentais

A Ucrânia foi um dos principais locais de ensaio de um medicamento que causa várias formas de cancro, que foi testado em pacientes num hospital de Mariupol, revelou a Sputnik. Reportagem da Sputnik Internacional de 30 de março de 2024. A Ucrânia foi um dos principais campos de testes de um medicamento que poderia causar várias formas de câncer, e que foi usado em pacientes da enfermaria psiquiátrica do Hospital Mariupol nº 7, com o apoio de autoridades locais, no interesse das empresas farmacêuticas ocidentais, segundo documentos vistos pela Sputnik. Em particular, o ensaio envolveu o medicamento experimental SB4 para o tratamento da artrite reumatoide. O medicamento inibe a ação de moléculas do chamado fator de necrose tumoral alfa (TNF-α), que desempenha papel importante no sistema imunológico, e seu uso cria a possibilidade de desenvolvimento de diversas formas de câncer, inclusive no linfático e sistemas hematopoiéticos, bem como da pele. Os fabricantes do SB4 foram Biogen Idec Denmark Manufacturing ApS (da Dinamarca), Catalent Pharma Solutions (Bélgica) e Fisher Clinical Services UK Limited (do Reino Unido). O estudo foi patrocinado pela Samsung Bioepis da Coreia do Sul, segundo os documentos. Entre os documentos foi encontrado um pedido da Quintiles Ucrânia para aprovação do centro de especialistas estaduais do Ministério da Saúde da Ucrânia, e da Comissão de Ética da instituição médica e preventiva para a realização de ensaios clínicos do SB4. A Quintiles Ucrânia foi criada como uma divisão da empresa farmacêutica de terceirização norte-americana Quintiles Transnational. De acordo com o pedido assinado em fevereiro de 2013, naquela época estava previsto testar o medicamento na Ucrânia em 152 pacientes (mais tarde esse número aumentou para 180), e no total em quase 500 pacientes em todo o mundo. De acordo com o relatório periódico do projeto ‘SB4-G31-RA’ sobre ensaios SB4, até Novembro de 2013, 777 pacientes tinham sido selecionados para testes, incluindo 285 na Polônia, 143 na Ucrânia, 108 na República Checa, 77 na Bulgária, 60 na Lituânia, 37 na República da Coreia, 34 no México, 17 na Hungria, 14 na Colômbia e dois no Reino Unido. Os documentos encontrados no Hospital Mariupol nº 7 foram coletados entre 2008 e 2016. Os resultados da inspeção inicial mostram que medicamentos com números e sem nomes foram testados em pessoas, sendo os testes realizados também em crianças pequenas. Empresas como: Pfizer (dos Estados Unidos; AstraZeneca (do Reino Unido e da Suécia); Celltrion (da Coréia do Sul); Novatris International AG (da Suíça e dos Estados Unidos); IQVIA (anteriormente Quintiles e IMS Health Incorporated, dos Estados Unidos e do Reino Unido); Sanofi (da França); Galapagos NV (da Bélgica); Janssen Pharmaceuticals (agora Johnson & Johnson Innovative Medicine, da Bélgica); Abbott Laboratories (dos Estados Unidos); Covance (agora Labcorp Drug Development, dos Estados Unidos); e Merck KGaA (da Alemanha); são mencionados nos documentos. Além disso, foram encontradas no local caixas com envelopes de empresas de logística, e contêineres para biomateriais com endereços de destinatários em laboratórios da Suíça, do Reino Unido, e dos Estados Unidos. Também foram encontrados documentos com agradecimentos aos médicos ucranianos da Catalent Pharma Solutions, e da Fisher Clinical Services UK Limited.
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